No
passado dia 11 de Maio de 2012, em duas sessões que decorreram na manhã e tarde
do mesmo dia, os alunos do 3.º e 4.º anos do Centro Escolar N.º 2 tiveram a oportunidade
de participar numa Sessão de Leitura conduzida pela D.ª Nazaré Pestana que teve também um cheirinho de oficina de
Braille.
O
Braille como todos sabemos, é um sistema de leitura com o
tacto para cegos
inventado pelo francêsLouis Braille no
ano de 1827 em Paris. O
sistema de Braille aproveita-se da sensibilidade
epicrítica do ser humano, a capacidade de distinguir na polpa digital
pequenas diferenças de posicionamento entre dois pontos diferentes.
A Oficina começou pois com o visionamento de um Powerpoint sobre o inventor da escrita
em Braille: Louis Braille. Através deste PowerPoint
os alunos e alunas tiveram a oportunidade de conhecer a história do menino que
ficou conhecido por trazer a luz ao mundo da escuridão.
Louis perdeu a visão aos três anos. Quatro anos depois
ingressou no Instituto de Cegos de Paris. Em 1827, então com dezoito anos,
tornou-se professor desse instituto. Ao ouvir falar de um sistema de pontos e
buracos inventado por um oficial para ler mensagens durante a noite em lugares
onde seria perigoso acender a luz, Louis Braille fez algumas adaptações no sistema
de pontos em relevo, criando então um alfabeto legível por cegos.
Num segundo momento, os alunos escutaram atentamente a
leitura de alguns dados sobre a vida deste génio feita pela nossa convidada,
podendo aperceber-se da velocidade com que os seus dedos liam pelo papel. Parece
inacreditável mas um cego
experiente pode ler duzentas palavras por minuto.
Depois de observarem a máquina de escrever em Braille,
que obriga a uma fascinante capacidade de memorização das várias possibilidades
de combinação da sua meia dúzia de teclas, e de observarem também um telemóvel
adaptado para cegos, ou seja, a cada toque numa das teclas, ouve-se uma
mensagem de voz, deu-se início à Oficina de Braille.
Primeiramente, a nossa convidada escreveu em Braille o
nome de cada um dos meninos participantes que foram depois distribuídos por
todos aleatoriamente. Posteriormente, após a projeção do alfabeto Braille e da
explicação do seu funcionamento, os alunos e alunas, socorrendo-se também de
uma ficha com o referido alfabeto, descobriram qual o nome que tinham
decifrado. E aqui é claro servindo-se do sentido da visão.
A seguir veio um pequeno jogo de
adivinhação: todos de olhos vendados, e por entre risadinhas, tocaram em objetos
e tentaram adivinhar em que consistiam, uma tarefa que se revelou menos fácil
do que parecia inicialmente.
Esta maravilhosa sessão terminou com a leitura
de um excerto de O
Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry
que os alunos escutaram sem pestanejar.
Alertar os alunos para a multiplicidade
de formas de comunicação é não somente uma forma de os enriquecer
culturalmente, expandindo a sua perspetiva sobre o mundo que os rodeia, mas sem
dúvida um caminho de preparação para a aceitação da diferença e da construção
de uma sociedade muito mais inclusiva e tolerante. Também, e bem a propósito da
proposta de leitura que nos trouxe a D.ª Nazaré Pestana, confirma-se a máxima
do famoso livro que nos diz que tudo o que é essencial é invisível para os olhos. De
facto, só se vê bem com o coração!
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