sábado, 10 de dezembro de 2011

Feira do Livro 2012

Decorrreu de 2 a 9 de Dezembro na Biblioteca do Centro Escolar N.º2 a primeira Feira do Livro Ifantil.
Deem uma espreitadela!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

24 de novembro

O Dia de Acção de Graças é precisamente aquele momento do ano em que conscientemente agradecemos as coisas mais simples e maravilhosas da vida e procuramos estar junto daqueles que amamos.

No dia 24 de novembro, no seguimento das sessões de promoção de leitura que decorreram na semana de 14 a 18 do mesmo mês e que tiveram por base o livro A história dos Peregrinos de Katharine Ross, os alunos, professores, educadores e funcionários foram convidados pela Biblioteca Escolar do Centro Escolar N.º 2 a recriar o primeiro banquete do Dia de Ação de Graças que teve lugar em 1621. A ementa do dia consistiu em peru, puré de batata, e o delicioso milho, uma riqueza que os Nativos Americanos deram a conhecer aos Europeus. A todos os alunos foi distribuído uma bonita ementa em Português e Inglês.
Na tarde do mesmo dia realizou-se um lanche-convívio onde não faltaram as famosas tartes de abóbora - confecionadas pela Educadora Lurdes Correia e pela Professora Sandra Pratas com o precioso auxílio das assistentes operacionais D.ª Céu e D.ª Luísa.
Todos os alunos que compareceram vestidos à época receberam um certificado de participação e houve ainda prémios para as melhores indumentárias. O 1.º prémio, consistindo num bonito diário “Índio” foi entregue ao aluno Rodrigo Silva do 2.º D que a partir de materiais reciclados concebeu um criativo traje Nativo Americano. O segundo lugar ex aequo foi atribuído às alunas Maria Inês Clemente e Inês Colaço Ascenso do 4.º G que por sua vez receberam uma fantástica t-shirt da Rede de Bibliotecas Escolares.
Foi uma atividade divertida que sem dúvida contribuiu para a formação cívica dos alunos e os enriqueceu culturalmente.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Promoção da Leitura em novembro

No âmbito dos Projetos “Ler com prazer” e “Ler em dias de…” foram levadas a cabo na semana de 14 a 18 do mês de novembro sessões de promoção de animação da leitura em todas as turmas do JI e 1.º Ciclo do Centro Escolar N.º2 que tiveram como tema o Dia de Ação de Graças.



A actividade iniciou-se com a apresentação de figuras heróicas ou de referência para os alunos. Esta primeira fase da sessão serviu de ponte para introduzir os protagonistas da história que iria ser narrada. Assim, e depois de um breve enquadramento histórico, iniciou-se a narração de A história dos Peregrinos, numa adaptação abreviada do livro de Katharine Ross, acompanhada pelo visionamento das ilustrações de Carolyn Croll.
A história descreve como um grupo de Puritanos – Protestantes Ingleses – se lançaram ao mar rumo ao Novo Mundo, a América, em busca de liberdade religiosa, e imbuídos da esperança de fundar um mundo melhor. Não teriam sobrevivido nesse Novo Mundo inóspito sem a ajuda de um outro povo de raça e costumes diferentes, os Nativos Americanos. No final da actividade os alunos foram conduzidos a refletir sobre a importância de sermos agradecidos e de preservarmos um espírito de tolerância e solidariedade.
Após a narração procedeu-se a um pequeno concurso em que cada aluno retirou à sorte uma tira de papel com uma pergunta e tentou responder à mesma. Enquanto os alunos do Jardim de Infância, 1.º e 2.º anos pintaram desenhos ilustrativos desta comemoração, foi pedido os alunos do 3.º e 4.ºanos que redigissem uma reflexão em que deram graças pelos aspectos positivos das suas vidas.
Deixamos aqui um especial agradecimento aos alunos do Jardim de Infância que compuseram livros baseados na história que ouviram na Biblioteca.

Myebook - Thanksgiving Sala A CE2

Myebook - Thanksgiving Sala B CE2

Myebook - Thanksgiving Sala C CE2

Myebook - Thanksgiving Sala D CE2

Pretendeu-se com esta acção dar um exemplo forte de solidariedade em que pessoas de origem e raças distintas, pelo menos durante um período no tempo, souberam respeitar-se e coexistir pacificamente. Pretende-se igualmente, num mundo marcado pela crise económica e por um crescente pessimismo, relembrar os aspectos mais positivos da nossa existência e darmos graças pelos mesmos.
Se quiserem comprovar como a moral desta história foi assimilada pelos nossos pequeninos leitores, leiam aqui os maravilhosos textos que eles escreveram!
Neste dia tão especial dou graças aos meus pais por me terem alimentado e por me terem aceitado. Eu também dou um milhão de agradecimentos ao meu belo professor porque me ensinou muitas matérias. Também dou várias graças à biblioteca escolar por me dar muita informação e agradeço a todos que me aceitaram. Eu dou um monte aos meus pais, à biblioteca e ao meu professor. Rui Tiago Silva 4.º G

Neste dia tão especial dou graças aos meus pais por me terem dado à luz, alimentação, vestuário, uma casa e especialmente carinho e amor. Também dou graças ao meu professor que para mim é um segundo pai, dou graças às funcionárias lá da escola por nos protegerem, às bibliotecárias por nos porem a biblioteca à disposição. Não me posso esquecer de dar graças aos meus amigos por me apoiarem sempre que preciso. Eu dou graças por tudo. Filipa Miguel 4.º G

Neste dia tão especial dou graças à minha biblioteca porque é muito importante para mim bem como para muitas pessoas. Na biblioteca aprendemos muitas coisas e também descobrimos o mundo à nossa volta. Eu tenho muita pena das escolas que não têm bibliotecas escolares. As bibliotecas são muito nossas amigas. Maria Inês Clemente 4.º G

Neste dia tão especial dou graças por ter uma família com grande capacidade de trabalho nas suas profissões, para sustentar a casa e toda a família. Por toda a saúde e alegria que temos. Por termos sempre alimentos que nos dão vida, saúde para podermos praticar desporto e ter bom rendimento escolar. Também por ter habitação, conforto, roupa, água e electricidade. E por ter amigos de todas as nacionalidades. Por termos professores que nos ensinam dia a dia. Pedro Siopa 4.º G

Neste dia tão especial dou graças à minha família por ser bondosa e simpática, por estar sempre comigo. Dou graças aos meus pais por me darem carinho, por me darem uma casa, por ter saúde, por ter vestuário, por ter alimentos. Dou graças ao meu professor por me saber ensinar muito bem, dou graças às bibliotecárias da minha escola por serem criativas e simpáticas. E dou graças a todas as pessoas, por exemplo aos bombeiros, aos médicos, aos comerciantes, aos agricultores… Mafalda Correia 4.º G

Neste dia tão especial dou graças à melhor pessoa que já conheci, a minha bisavó Maria Augusta. Ele ajudou-me um dia a segurar uma ovelhinha minha. Ela morreu há algum tempo mas eu nunca a vou esquecer. Mesmo ela estando morta não deixa de ser a minha bisavozinha. Nunca te esqueço! Bianca Silva 3.º F

Neste dia tão especial dou graças pela minha família, por me tratar bem, por me dar carinho e muita coisa mais. Também por me terem posto nesta escola. Quero dar graças também à escola por terem a biblioteca. Quero dar graças a mesmo toda a gente, por ter amigos que me apoiam. Daniela Correia – 3.º E

Neste dia especial dou graças pela minha professora e pelos meus pais. A minha professora ensinou-me a escrever, a fazer contas e a contar, por isso é que lhe dou graças, e aos meus pais por tudo que eles me dão. Não me importo quando ralham comigo. Isso é um sinal de que eu fiz alguma coisa mal. E também lhes dou graças por aquilo que me dão. Muito obrigada pais e professora. Alexandre Romanov Agostinho 3.º F
Neste dia tão especial dou graças aos meus pais porque dão-me carinho, dão-me comida e dão-me tudo que eu preciso. Eles gostam muito, gostam muito, gostam muito de mim. Compram-me brinquedos, material escolar e compram-me coisas que eu preciso. Eu não podia ter pais melhores do que estes. São os melhores pais do mundo. Eu tenho muita, mas mesmo muita sorte por ter pais como estes. João Vasco Canadas 3.º E

Neste dia tão especial dou graças à minha mãe e ao meu pai por me darem comida, amor, paz, carinho, bem como tudo o que preciso. Quero recompensá-los com alguma coisa especial mas ainda não sei o que é. Obrigada mãe e pai. Leonor Alves 3.º E

Neste dia tão especial dou graças dou graças ao meu pai porque ele sempre me ajudou a aprender a nadar e a fazer trabalhos manuais como arcos e flechas, aviões de papel, bombas de água, jogos, e especialmente por me fazer companhia e brincadeira. Também à minha madrinha por guardar todos (a maioria) dos por meus livros, e roupa, brinquedos, e dar tanto carinho. A minha mãe é a minha heroína por ter cuidado sempre de mim e por me dar comida. Obrigada pai, obrigado mãe, obrigada madrinha. João Guilherme Esteves 3.º F

Neste dia tão especial dou graças à minha tia porque ela me salvou a vida. Eu estava a nadar e a minha tia foi a única que me viu a afogar-me. É por isso que eu lhe dou muitas graças. E também vou dar muitas graças ao meu primo por gostar tanto de mim e à minha família por me amar como eu a amo. E aos meus amigos que me dão confiança e alegria. E muito obrigada a todos. Carolayne Benvindo 3.º F

Neste dia tão especial dou graças à minha mãe e ao meu pai pelo amor e carinho e por tudo o que me dão. Gosto muito deles. Quero dar graças ao meu irmão que brinca comigo e que joga Wii comigo. O meu irmão brinca comigo aos Gormitis. Também quero agradecer à minha professora por me ter ensinado a ler e a escrever. Gabriel Ribeiro 3.º F

Neste dia tão especial dou graças à Laura. A Laura é muito amiga porque brinca comigo e faz muitas coisas engraçadas. Eu também gosto muito do meu irmão porque ele dá-me beijinhos e eu também lhe dou muitos beijinhos porque ele dá-me muitas coisas boas para mim. A minha mãe também dá-me muitos brinquedos. O meu pai também dá-me muitas coisas para eu brincar. E eu gosto muito da minha família e também vou ficar triste porque a minha avó vai para a América. À minha melhor família, obrigada! Beatriz Frazão 3.º E

Neste dia tão especial dou graças à minha avó e ao meu avô. Vou agradecer à minha avó porque ela ajudou a criar-me. Quando eu tinha cólicas eu estava sempre a chorar e ela dava-me colo e eu adormecia. Agradeço ao avô porque ele ajudou os pobres sem nada. Estou muito agradecido. Mauro Manuel Carreira 3.º F

Neste dia tão especial dou graças aos meus familiares porque me dão muitas prendas e alguns ajudam-me a fazer os trabalhos de casa e também brincam comigo e dão-me muito carinho. Também dou graças aos médicos porque quando estou doente eles ajudam-me. E também dou graça aos meus amigos porque brincam muito comigo e gostam muito de mim. Rodrigo Rodrigues 3.º E

Neste dia tão especial dou graças pela roupa maravilhosa que tenho porque antes os meninos não tinham roupa e passavam frio. Dou graças pela água quentinha quando tomo banho porque antes os meninos tomavam banho no barril de água fria. Dou graças pela minha família porque alguns meninos não têm família. Dou graças pela comida que tenho porque alguns meninos não têm e passam fome. Beatriz Lobato de Freitas 3.º E

Neste dia tão especial dou graças ao David. Ele é meu colega de mesa e ajuda-me. Ele usa óculos e tem cabelo loiro. Ele gosta de jogar à bola comigo. Leonardo Henriques 3.º E

Neste dia tão especial dou graças ao meu pai porque ele está na Suíça para termos uma casa nova. Dou graças à minha mãe que já tem o seu trabalho há onze anos para termos dinheiro que chegue. Dou graças aos médicos que estão a cuidar dos doentes para ficarem melhores. Dou graças à minha avó que me dá muitos mimos e abraços. Adriana Violante 3.º E

Neste dia tão especial dou graças à minha mãe que é especial em toda a minha vida e por proteger-me de tudo. Ela dá-me muito carinho e muita força para continuar. Muito obrigada mãe por tudo o que me deste de bom. João Nunes 3.º ano F
Neste dia tão especial dou graças ao meu querido avô paterno que foi maravilhoso para mim. Ele levou-me ao parque Constelação. O meu avô paterno para mim foi o melhor avô do mundo e do planeta terra. Eu, quando fui bebé, foi ele que me pegou ao colo. Muito obrigado avô. Adoro-te avô! Bruno Santos 3.º F

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Resumo do 3.º C

Depois de lerem algumas estórias de Xico Braga, um dos escritores convidados para a comemoração do Mês das Bibliotecas Escolares, a turma do 3.º C do Agrupamento Fernando Casimiro Pereira da Silva fizeram o seguinte resumo a partir de “As galinhas poedeiras”:
“Quando o autor da estória era pequeno viveu numa quinta onde havia uma capoeira com muitas galinhas. O menino, no fim da escola, gostava de brincar e, por vezes, de chatear as galinhas. Houve um dia em que abusou e pôs o galinheiro todo em alvoroço. A mãe ralhou-lhe e ele ficou de castigo mas não conseguiu compreender porquê. Ao ouvir a conversa da mãe com a vizinha percebeu que ao assustar as galinhas elas podiam passar a ser chocas e deixar de por os ovos que eram fonte de rendimento da família.
Apesar de tudo a mãe perdoou o menino e as galinhas continuaram a por ovos, o que o deixou feliz.”
3.º C / Professora Maria da Conceição Fonseca

Vencedores Concurso de Ilustração Xico Braga



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Aprender a gostar de ler…com Xico Braga


Mau tempo no canal. Telefono na véspera para o nosso escritor convidado. Queria certificar-me de que sempre viria, apesar da previsão de tempestade e inundações. A ponte 25 de Abril estaria em princípio fechada, mas sim, viria. O fim da tarde do dia 26 de Outubro foi passado em preparativos, a recolher as ilustrações dos textos lidos em todas as salas do Centro Escolar n.º 2 e afixá-los. Os desenhos eram muitos e muito bons. Na impossibilidade de se escolherem os melhores, foram todos para a parede, e como a parede não chegou, continuámos pelas janelas, pelos estores, pelos pilares.
Dia 27 de Outubro à chegada à Biblioteca, e depois de uma noite de ventos agoirentos, os trabalhos estavam todos pelo chão. Receosos de que Xico Braga já não viesse, mas não ousando verbalizar essa suspeita com medo de que a mesma se realizasse, começámos apressadamente a devolver aos sítios originais o fruto de tanto rabisco dedicado. No meio desta azáfama fomos surpreendidos pela figura alta e cambaleante do escritor por que todos os meninos aguardavam, e aqui se inclui a EB1 da Marmeleira que assistia por videoconferência. Cabelo comprido apanhado num quase desfeito rabo de cavalo, barba sal e pimenta e óculos de aro metalizado salpicados de gotas de chuva. E logo hoje que estava com tonturas… não sabia se estava capaz de fazer tonteiras!... Chegou acompanhado de Inga, a amiga Alemã que o acompanha muitas vezes nestes seus périplos pelas escolas e que nunca se cansa de o aplaudir, de observar a reação das crianças ao trabalho do amigo. Quis saber se também tinha origens alemãs. Não, Xico Braga, como o próprio diz jocosamente, é apenas um Ribatejano nascido em Faro. Nascer aí foi um acaso. Foi no Ribatejo onde recolheu os cheiros, as paisagens e os trejeitos das gentes que povoam as suas memórias de infância. Depois centrou-se nos desenhos dos miúdos, uma profusão tão intensa de imagens de galinhas poideiras, de CD-Roms que só giram às vezes, sombras assustadas, fantásticos pinheiros voadores, caramelos sonhadores, coelhos com patas que adivinham o tempo, bombas de gasolina encantadas, que já não sabia indicar a que histórias é que os desenhos se referiam. Mostrou-se surpreendido com a volta que alguns meninos tinham dado às estórias, com os desfechos diferentes que alguns lhes deram, com a inocência que lhes transmitiram. “É como a estória do meu sorriso. Quando a escrevi nunca pensei que viesse a soar assim tão triste.” “Tão triste que os meninos do 1.º A não querem que se vá embora sem lhes mostrar que já sabe sorrir!” retorqui eu. Deixou-se escorregar para o cadeirão laranja da hora dos contos e balbuciou: “Nunca pensei… tem sido uma surpresa… as coisas que me têm feito nas escolas…” assim com a humildade de quem não esperava uma tão grande surpresa a coroar esta fase madura da vida.
Quando as turmas começaram a encher o espaço acanhado da Biblioteca, depressa o seu espírito se animou e o seu corpo se ergueu numa verticalidade inesperada, assim como que levantado do chão, como diria um dos seus escritores prediletos. Uma postura que reflete trinta e mais anos de ensino deste Professor reformado que se fartou de ver certas coisas que agora acontecem nas escolas. De resto, impressiona-o a estupidez que impera neste país. “Agora sou eu que fico com a melhor parte” disse num largo sorriso de satisfação e com ar de avô traquinas que agora se entretém a deseducar os netos.
Xico com X?!!!! Indignaram-se os miúdos. “Claro, se me chamares Xico com Ch eu não respondo!”. E de repente, no meio deste “one man show”, que misturou leitura sentida de textos, imitações de cães a alçar a pata para fazer chichi e meninos a deitar a língua de fora a levarem os miúdos às lágrimas de tanto rir, mini-atelier de escrita criativa, críticas à nossa televisão bigbrotheriana, reflexões maturadas sobre a maneira como os livros moldam a nossa existência e de como é importante ler para aprendermos a pensar, já não era nem velho nem novo, apenas o menino que sonhava ser escritor, montado num cavalo feito de uma cana do canavial da ribeira a brincar aos cavaleiros da távola redonda com os seus companheiros nas ruas e campos da Azambuja.
Por culpa do pecado da preguiça, esse sonho de menino foi sendo sempre adiado para o amanhã e o amanhã demorou mais de quarenta anos a chegar. Um problema no coração e a consciência da mortalidade própria fizeram-lhe ver que estava mais do que na hora de o cumprir. Começou então a escrever estórias. “Isso está mal! Não se escreve assim” reclama um petiz. Xico Braga explicou pacientemente que é como um escritor Brasileiro cujo nome já não recorda. As histórias deixa-as para os escritores importantes, ele apenas escreve estórias. Se fosse desses, dos grandes, e se fosse capaz disso, teria escrito a História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luís Spúlveda. Se tivesse escrito essa maravilhosa história não precisaria de escrever mais nada. Também, se pudesse recriaria a aldeia de Macondo de Garcia Marquez, as ruas por onde passam escondidos os amantes perseguidos de A invenção do amor e outros poemas de Daniel Filipe. E dizendo isto, aproveitou para ler a estória “O meu livro favorito” e que nesse dia era A sombra dos momentos felizes do amigo Carlos Amaral. É difícil saber se realmente será esse o seu preferido, já há muito tempo que não pensa nos livros dessa maneira. Mas lembra-se bem do seu desejo de aventuras quando em miúdo alegremente esperava pela carrinha da biblioteca itinerante da Gulbenkian. Mas pensando melhor, e recuperando das muitas recordações das coisas belas que leu pela mão de tantos escritores, rematou que talvez o seu preferido fosse este último, o que anda a escrever agora, e em que fala sobre coisas vulgares.
As suas histórias são verídicas? “Sim, é tudo verdade nas minhas estórias, até as mentiras”. No fim da primeira sessão, a caminho da Biblioteca da Fernando Casimiro Pereira da Silva, vinha incomodado, se calhar não tinha explicado bem esta ideia. Acho que ele queria dizer que, a partir do momento em que os acontecimentos são remexidos na imaginação do escritor e depois filtrados pela sua pena, as coisas que vive misturam-se com que as que imagina, tornando-se na verdade que ele quer transmitir. Mas agora que penso nisso também já não sei se realmente percebi o que ele queria dizer.
Gosta de escrever para adultos ou para crianças? “Gosto de escrever.” Qual o seu primeiro êxito? “A primeira escola onde fui!”. No fim da apresentação da manhã, um dos alunos que estivera presente, regressou à Biblioteca, e sem um ai nem um ui depositou-lhe nas mãos um papel que dizia assim: “Xico Braga, o maior escritor de sempre!” Xico Braga voltou a sentar-se, emudecido a morder o lábio superior para dentro. Antes de se despedir da equipa da Biblioteca voltou a pegar no papel e a frisar: “Se contribuir de alguma forma para que eles aprendam a gostar de ler, já é gratificante.”
Xico Braga pode nem ser o melhor escritor do mundo, mas neste dia em concreto, para estes miúdos que gritaram “Conta a do Piolho, conta a do Piolho”, que riram com a hortelã que se vinha meter em estórias para onde não era chamada, ele foi sem dúvida o melhor do mundo!
Os objetivos definidos para o Mês internacional das Bibliotecas Escolares terão sido cumpridos? Quem saberá? A única coisa que espero, sinceramente, é que amanhã ou depois os miúdos venham à Biblioteca à procura do Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro de que o escritor que esteve cá falou; que um dia já adultos se emocionem a ler Cem anos de Solidão; e que ainda mais tarde, quando já forem muito velhinhos, talvez em frente da Baía do Seixal, chorem a ler aquele poema do Fernando Pessoa que fala do dia em que antigamente festejavam o nosso aniversário.

sábado, 15 de outubro de 2011

Branquinho, o guardanapo vaidoso - Dia Mundial da Alimentação

Pratinha era uma colherzinha de sopa que a cozinheira lá da escola colocava dentro de um saquinho de papel, juntamente com os outros talheres e um guardanapo, quando servia as refeições aos meninos.
Mas Pratinha não achava piada nenhuma! Afinal que graça tinha ser fechada dentro de um saco? Numa dessas ocasiões, entre o burburinho das brincadeiras e o choro de algumas crianças, e enquanto esperava que alguém abrisse o saquinho, interrogou os outros habitantes do saquinho de papel:
_ Quem será que nos vai tirar hoje? Será a menina dos totós?
_ Espero que não! Disse Dentolas, o garfinho.
_ Porque não? Perguntou Fininha, a faquinha.
_ Oh, porque ela está sempre zangada, nunca quer comer! – Explicou Dentolas, o garfinho.
O guardanapo Branquinho, que ouvia atentamente a conversa, comentou:
_ Que interessa quem nos vai tirar daqui? Eu quero é sair desta prisão! Quero ver

Olhinhos sorridentes, boquinhas esfomeadas e mãozinhas delicadas…
Pratinha escutava aquelas palavras e timidamente comentou:
_ Eu sou quase sempre a última a ser utilizada, fico lá dentro muito sossegadinha, à espera, pacientemente, enquanto os meninos dizem: “Não gosto de sopa!” Diz um. “Não quero sopa!” diz outro. “Quantas colheres tenho ainda de comer?” pergunta ainda outro. Espero, espero, mas passado um bom bocado, os olhos sorridentes olham para mim, as boquinhas esfomeadas abrem-se, e as mãozinhas delicadas pegam em mim. E mesmo sendo a última a ser utilizada, também sou muito importante!
_ Importante sou eu! Disse Branquinho o guardanapo.
_ És?! Porquê?! Perguntaram todos ao mesmo tempo.
_ Porque limpo tudo o que vocês sujam: as boquinhas, as mãozinhas e vejo como as caras sorridentes ficam felizes porque já comeram e já podem ir brincar! Por isso, sou eu o mais importante! Disse o Branquinho com muita vaidade.


_ Importantes somos todos nós! - Retorquiu Dentolas o garfinho. Todos nós ajudamos as crianças a crescer e a alimentarem-se de forma saudável!
Pratinha, a colherzinha, ralhou com o amigo:
_ Não deverias ser tão vaidoso, todos nós temos uma missão a cumprir!
O Branquinho encaracolou-se um pouquinho e acrescentou muito envergonhado:
_ Se calhar fui um pouco vaidoso mas vocês têm razão. Na verdade dependemos todos uns dos outros.
_ Muito bem Branquinho, aprendeste a lição. Na nossa sociedade todos temos o nosso lugar e a nossa importância! Disse Pratinha com satisfação!
E no meio desta discussão, eis que se abriu o saquinho de papel e todos em coro gritaram:
_ Oh não! É a menina dos totós!!!

Escrito por Maria do Céu Lourenço, Assistente Operaional do CE N.º2

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares



A propósito da comemoração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, foram realizadas no Centro Escolar N.º 2 do Agrupamento Vertical Fernando Casimiro Pereira da Silva inúmeras sessões no sentido de contribuir para a formação dos utilizadores da BE e que teve como público-alvo todas as turmas do 1.º Ciclo.
Após uma apresentação das regras de utilização da BE, os nossos pequeninos utilizadores

visionaram um powerpoint retomando as principais etapas da história das bibliotecas e divulgando os serviços propostos pela BE e respetiva amostra do seu espólio.
Num segundo momento da visita, e após a distribuição do Guia de Utilizador, procedeu-se à apresentação das zonas funcionais da BE assim como a sua organização.
A par de uma sensibilização para a importância da leitura nas suas várias vertentes que se procurou constante, as sessões contaram ainda com actividades de promoção da leitura. Assim, e atendendo ao facto de que a vinda dos alunos do 2.º ano coincidiu com o Dia Mundial da Alimentação estes ouviram contar a história “A Lagartinha Comilona” de Eric Carle acompanhada pelo respectivo visionamento em powerpoint. Os alunos tiveram ainda a oportunidade de construir uma colorida lagarta e pintar fichas sobre a mesma história.

Já os alunos do 3.º ano visionaram o filme de animação “A Menina que odiava livros” baseado na obra de Manjusha Pawagi, após o qual se debateu a mensagem veiculada pelo filme.



Os alunos do 4.º ano visionaram o livro digital feito a partir de O Incrível rapaz que comia livros de Oliver Jeffers, e que muito impressionou os mais pequenos. Muitos ficaram com vontade de fazer como o Henrique, começar por saborear uma palavra, depois uma frase, e quem sabe até um livro inteiro! Esta verdadeira metáfora sobre o prazer da leitura ensina-nos que não há um caminho fácil para o conhecimento nem para o sucesso. Se almejarmos ser, como o Henrique, a pessoa mais esperta do mundo, teremos mesmo de saborear os livros na nossa mente e guardar os novos conhecimentos na gaveta da nossa memória e nos recantos sinuosos do nosso coração.


Os alunos participaram ainda num jogo em que tiveram de alimentar o Henrique com livros específicos. A sobremesa do Henrique consistiu no Livro com Cheiro a Chocolate de Alice Vieira.
Todos os amiguinhos da BE receberam também um marcador de livros alusivo ao Escritor do Mês.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Os nossos alunos ou o esplendor de Portugal




No mês de Outubro, e guardando em mente a missão prioritária da Biblioteca de apoiar o desenvolvimento curricular, foram levadas a cabo no Centro Escolar N.º 2 diversas iniciativas sobre a Implantação da República em Portugal.
Deste modo, nas turmas do 3.º e 4.º anos, foram realizadas sessões interativas sobre este período determinante para a história do nosso país. As sessões iniciram-se com a apresentação de um PowerPoint sobre o contexto político e social que conduziu à queda da Monarquia e à instauração de um novo regime em Portugal. Após esta atividade inicial, os alunos tiveram a oportunidade de, através de jogos interativos online, e por conseguinte de forma lúdico-pedagógica, consolidar os seus conhecimento. As atividades incluíram palavras cruzadas, puzzles, questionários de resposta múltipla, pintura digital de bandeiras, entre outras. As sessões serviram ainda para identificar e conhecer os símbolos da República: a Bandeira Portuguesa, o Hino Nacional e o Presidente da República.
Como preparação para as referidas atividades foi ainda dinamizada pela Biblioteca Escolar uma exposição sobre esta temática que incidiu sobre as razões da queda da Monarquia, a ação do partido republicano e as principais diferenças entre os dois sistemas políticos. Também, e é de louvar, O Professor Américo Barbosa que leciona o 4.º ano, realizou uma exposição sobre a Revolução Republicana.
O momento mais marcante foi no 3.º F quando, após a realização de um jogo em que os alunos tinham de completar o Hino Nacional com as palavras em falta, começou a tocar o Hino Nacional. Imediatamente todos os alunos se levantaram e, com a mãozita sobre o peito, entoaram com inocente orgulho a canção que se chamava então “A Portuguesa”.
No mês de Outubro, e guardando em mente a missão prioritária da Biblioteca de apoiar o desenvolvimento curricular, foram levadas a cabo no Centro Escolar N.º 2 diversas iniciativas sobre a Implantação da República em Portugal.
Como preparação para as referidas atividades foi ainda dinamizada pela Biblioteca Escolar uma exposição sobre esta temática que incidiu sobre as razões da queda da Monarquia, a ação do partido republicano e as principais diferenças entre os dois sistemas políticos.
Também, e é de louvar, O Professor Américo Barbosa que leciona o 4.º ano, realizou uma exposição sobre a Revolução Republicana.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Muitas Línguas, uma só voz!

A comemoração do Ano Europeu das Línguas foi uma iniciativa que partiu da União Europeia e do Conselho da Europa em 2001. Desde então o dia 26 de Setembro é consagrado às línguas europeias. Os objetivos desta celebração são muito claros: sensibilizar o público para o plurilinguismo na Europa, cultivar a diversidade cultural e linguística e incentivar as pessoas a aprenderem línguas, dentro e fora do contexto escolar.
A União Europeia, de que Portugal faz parte, possui um imenso património linguístico: 23 línguas oficiais e mais de 60 línguas regionais ou minoritárias, além das línguas faladas pelas pessoas de outros países e continentes que vivem na Europa.


Na Biblioteca do Centro Escolar n.º 2 decidimos aliarmo-nos a essa celebração, até pelo facto de termos como alunos crianças que nasceram em outros países ou são descendentes de cidadãos de outras nacionalidades que não a portuguesa. Para isso convidámos estes alunos a escreverem, se possível com a ajuda dos Encarregados de Educação, a seguinte frase “Ler é um prazer”. Para além da vertente pedagógica que a atividade encerrou - a consciência precoce da diversidade linguística, a familiarização com conceitos tais como fronteiras, naturalidade, nacionalidade, emigração e imigração, entre outros -, a mesma procurou subliminarmente contribuir para a aceitação do outro e o desenvolvimento de sentimentos de tolerância entre povos e culturas em redor de um bem precioso que não conhece fronteiras geográficas ou linguísticas: a leitura!


De facto, nunca será demais comemorar a diversidade linguística e fomentar a aprendizagem das línguas, sobretudo porque as línguas são um dos fundamentos da construção europeia. De igual modo, numa sociedade tão globalizada como aquela em que vivemos, o domínio de línguas estrangeiras pressupõe mais possibilidades de encontrar um emprego e por conseguinte melhores condições de vida.
No dia em que foram expostas as fotografias dos nossos amiguinhos da Biblioteca, ouviram-se imediatamente risinhos e exclamações de surpresa. Também houve narizes torcidos. Uma aluna debruçada sobre a língua ucraniana observou perplexa o complexo alfabeto cirílico. Um menino do pré-escolar que vinha acompanhado pelo avô, puxou-o pelo braço e disse: “Esta sou eu!” enquanto apontava para a bandeira de Portugal.
A lição do dia 26 de Setembro é muito clara. Apesar de dispormos de muitas línguas, falamos a uma só voz: Ler é um prazer!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“Cada leitor é um mundo, cada livro uma aventura”


Decorreu na primeira semana de aulas, mais propriamente no dia 16 de Setembro, a apresentação da Biblioteca Escolar do Centro Escolar n.º 2 aos alunos do Pré-escolar e do 1.º ano. Os alunos foram recebidos com um desafio: descobrir qual a profissão descrita num poema de José Jorge Letria e que rezava assim: Vivo cercado de livros/sem ter melhor companhia/ pois aquilo que os habita/ é o que me dá alegria. Outros versos cantavam: Nas prateleiras eu guardo/ o romance e a poesia/ do amor que tenho aos livros/ faço o pão de cada dia. Um aluno do Jardim de Infância surpreendeu com a sua resposta pronta: Bibliotecária!
Os alunos tiveram ainda a oportunidade de conhecer as regras de comportamento e de utilização da Biblioteca Escolar. De seguida foi dada a conhecer de forma simplificada a organização da Biblioteca por cores e números de acordo com as regras de classificação decimal universal.
Todos os alunos conheceram ainda “O Escritor do Mês” uma das rubricas mensais da Biblioteca Escolar, que em Setembro elegeu Alice Vieira. Inigualável ao nível da literatura infanto-juvenil, a autora conta com mais de trinta anos ao serviço da escrita. Rosa, minha irmã Rosa e sobretudo a coleção dos livros com cheiro captaram a atenção dos nossos visitantes.
E claro que a vinda destes nossos pequenos leitores teria de ser brindada com uma sessão de leitura inaugural. Assim, e no âmbito do Projeto de animação de leitura “Ler em dias de…” contou-se com voz doce “ A entrada para o Jardim-de-Infância” da coleção Pé ante pé. O impacto afetivo que rodeia a entrada no jardim de infância é incontornável. Procurou-se deste modo abordar o problema percorrendo as rotinas que poderão ser fonte adicional de conflito para as crianças, como a alimentação e o sono. Assim, as crianças foram convidadas a apontar comportamentos não adaptativos como o choro, o isolamento, na perspetiva de quem já os conseguiu ultrapassar. O livro aponta ainda os objectos de transição, a fraldinha, o peluche favorito, nos quais as crianças projetam uma enorme carga afetiva e que serve para estabelecer a ponte entre a casa e a escola. Também, o facto de a história apresentar uma estruturação do tempo em sequência é essencial para a aquisição da leitura e da escrita, já que dela dependem a memória intelectual e a compreensão leitora.
Da mesma forma, para os alunos que entraram agora para o primeiro ano do 1.º Ciclo, igual fonte de ansiedade para muitos alunos, foi utilizada a estratégia de conduzir a exploração da história no sentido de serem os leitores, num registo lúdico-pedagógico, a identificarem comportamentos desadequados ao contexto escolar. Através de uma leitura dramatizada, foi narrada a história dos premiados autores Tony Ross e Jeanne Willis: Odeio a escola! É sem dúvida uma história fantástica e divertida, cheia de peripécias e muita muita imaginação e que, segundo uma “professora primária devidamente identificada”, é “Um livro maravilhoso, que li de uma assentada!”… Assim, a narração de “era uma vez uma menina que não gostava de aprender, o seu nome era Ana Rita e queria ver a escola a arder…” divertiu a plateia e quem a contou!
Os alunos foram ainda brindados com um marcador de livros que esperamos que sirva também para marcar nas suas memórias o prazer da leitura, dando-se assim os primeiros passos conducentes à meta primordial de toda e qualquer biblioteca: a formação de leitores!