sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Resumo do 3.º C

Depois de lerem algumas estórias de Xico Braga, um dos escritores convidados para a comemoração do Mês das Bibliotecas Escolares, a turma do 3.º C do Agrupamento Fernando Casimiro Pereira da Silva fizeram o seguinte resumo a partir de “As galinhas poedeiras”:
“Quando o autor da estória era pequeno viveu numa quinta onde havia uma capoeira com muitas galinhas. O menino, no fim da escola, gostava de brincar e, por vezes, de chatear as galinhas. Houve um dia em que abusou e pôs o galinheiro todo em alvoroço. A mãe ralhou-lhe e ele ficou de castigo mas não conseguiu compreender porquê. Ao ouvir a conversa da mãe com a vizinha percebeu que ao assustar as galinhas elas podiam passar a ser chocas e deixar de por os ovos que eram fonte de rendimento da família.
Apesar de tudo a mãe perdoou o menino e as galinhas continuaram a por ovos, o que o deixou feliz.”
3.º C / Professora Maria da Conceição Fonseca

Vencedores Concurso de Ilustração Xico Braga



quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Aprender a gostar de ler…com Xico Braga


Mau tempo no canal. Telefono na véspera para o nosso escritor convidado. Queria certificar-me de que sempre viria, apesar da previsão de tempestade e inundações. A ponte 25 de Abril estaria em princípio fechada, mas sim, viria. O fim da tarde do dia 26 de Outubro foi passado em preparativos, a recolher as ilustrações dos textos lidos em todas as salas do Centro Escolar n.º 2 e afixá-los. Os desenhos eram muitos e muito bons. Na impossibilidade de se escolherem os melhores, foram todos para a parede, e como a parede não chegou, continuámos pelas janelas, pelos estores, pelos pilares.
Dia 27 de Outubro à chegada à Biblioteca, e depois de uma noite de ventos agoirentos, os trabalhos estavam todos pelo chão. Receosos de que Xico Braga já não viesse, mas não ousando verbalizar essa suspeita com medo de que a mesma se realizasse, começámos apressadamente a devolver aos sítios originais o fruto de tanto rabisco dedicado. No meio desta azáfama fomos surpreendidos pela figura alta e cambaleante do escritor por que todos os meninos aguardavam, e aqui se inclui a EB1 da Marmeleira que assistia por videoconferência. Cabelo comprido apanhado num quase desfeito rabo de cavalo, barba sal e pimenta e óculos de aro metalizado salpicados de gotas de chuva. E logo hoje que estava com tonturas… não sabia se estava capaz de fazer tonteiras!... Chegou acompanhado de Inga, a amiga Alemã que o acompanha muitas vezes nestes seus périplos pelas escolas e que nunca se cansa de o aplaudir, de observar a reação das crianças ao trabalho do amigo. Quis saber se também tinha origens alemãs. Não, Xico Braga, como o próprio diz jocosamente, é apenas um Ribatejano nascido em Faro. Nascer aí foi um acaso. Foi no Ribatejo onde recolheu os cheiros, as paisagens e os trejeitos das gentes que povoam as suas memórias de infância. Depois centrou-se nos desenhos dos miúdos, uma profusão tão intensa de imagens de galinhas poideiras, de CD-Roms que só giram às vezes, sombras assustadas, fantásticos pinheiros voadores, caramelos sonhadores, coelhos com patas que adivinham o tempo, bombas de gasolina encantadas, que já não sabia indicar a que histórias é que os desenhos se referiam. Mostrou-se surpreendido com a volta que alguns meninos tinham dado às estórias, com os desfechos diferentes que alguns lhes deram, com a inocência que lhes transmitiram. “É como a estória do meu sorriso. Quando a escrevi nunca pensei que viesse a soar assim tão triste.” “Tão triste que os meninos do 1.º A não querem que se vá embora sem lhes mostrar que já sabe sorrir!” retorqui eu. Deixou-se escorregar para o cadeirão laranja da hora dos contos e balbuciou: “Nunca pensei… tem sido uma surpresa… as coisas que me têm feito nas escolas…” assim com a humildade de quem não esperava uma tão grande surpresa a coroar esta fase madura da vida.
Quando as turmas começaram a encher o espaço acanhado da Biblioteca, depressa o seu espírito se animou e o seu corpo se ergueu numa verticalidade inesperada, assim como que levantado do chão, como diria um dos seus escritores prediletos. Uma postura que reflete trinta e mais anos de ensino deste Professor reformado que se fartou de ver certas coisas que agora acontecem nas escolas. De resto, impressiona-o a estupidez que impera neste país. “Agora sou eu que fico com a melhor parte” disse num largo sorriso de satisfação e com ar de avô traquinas que agora se entretém a deseducar os netos.
Xico com X?!!!! Indignaram-se os miúdos. “Claro, se me chamares Xico com Ch eu não respondo!”. E de repente, no meio deste “one man show”, que misturou leitura sentida de textos, imitações de cães a alçar a pata para fazer chichi e meninos a deitar a língua de fora a levarem os miúdos às lágrimas de tanto rir, mini-atelier de escrita criativa, críticas à nossa televisão bigbrotheriana, reflexões maturadas sobre a maneira como os livros moldam a nossa existência e de como é importante ler para aprendermos a pensar, já não era nem velho nem novo, apenas o menino que sonhava ser escritor, montado num cavalo feito de uma cana do canavial da ribeira a brincar aos cavaleiros da távola redonda com os seus companheiros nas ruas e campos da Azambuja.
Por culpa do pecado da preguiça, esse sonho de menino foi sendo sempre adiado para o amanhã e o amanhã demorou mais de quarenta anos a chegar. Um problema no coração e a consciência da mortalidade própria fizeram-lhe ver que estava mais do que na hora de o cumprir. Começou então a escrever estórias. “Isso está mal! Não se escreve assim” reclama um petiz. Xico Braga explicou pacientemente que é como um escritor Brasileiro cujo nome já não recorda. As histórias deixa-as para os escritores importantes, ele apenas escreve estórias. Se fosse desses, dos grandes, e se fosse capaz disso, teria escrito a História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luís Spúlveda. Se tivesse escrito essa maravilhosa história não precisaria de escrever mais nada. Também, se pudesse recriaria a aldeia de Macondo de Garcia Marquez, as ruas por onde passam escondidos os amantes perseguidos de A invenção do amor e outros poemas de Daniel Filipe. E dizendo isto, aproveitou para ler a estória “O meu livro favorito” e que nesse dia era A sombra dos momentos felizes do amigo Carlos Amaral. É difícil saber se realmente será esse o seu preferido, já há muito tempo que não pensa nos livros dessa maneira. Mas lembra-se bem do seu desejo de aventuras quando em miúdo alegremente esperava pela carrinha da biblioteca itinerante da Gulbenkian. Mas pensando melhor, e recuperando das muitas recordações das coisas belas que leu pela mão de tantos escritores, rematou que talvez o seu preferido fosse este último, o que anda a escrever agora, e em que fala sobre coisas vulgares.
As suas histórias são verídicas? “Sim, é tudo verdade nas minhas estórias, até as mentiras”. No fim da primeira sessão, a caminho da Biblioteca da Fernando Casimiro Pereira da Silva, vinha incomodado, se calhar não tinha explicado bem esta ideia. Acho que ele queria dizer que, a partir do momento em que os acontecimentos são remexidos na imaginação do escritor e depois filtrados pela sua pena, as coisas que vive misturam-se com que as que imagina, tornando-se na verdade que ele quer transmitir. Mas agora que penso nisso também já não sei se realmente percebi o que ele queria dizer.
Gosta de escrever para adultos ou para crianças? “Gosto de escrever.” Qual o seu primeiro êxito? “A primeira escola onde fui!”. No fim da apresentação da manhã, um dos alunos que estivera presente, regressou à Biblioteca, e sem um ai nem um ui depositou-lhe nas mãos um papel que dizia assim: “Xico Braga, o maior escritor de sempre!” Xico Braga voltou a sentar-se, emudecido a morder o lábio superior para dentro. Antes de se despedir da equipa da Biblioteca voltou a pegar no papel e a frisar: “Se contribuir de alguma forma para que eles aprendam a gostar de ler, já é gratificante.”
Xico Braga pode nem ser o melhor escritor do mundo, mas neste dia em concreto, para estes miúdos que gritaram “Conta a do Piolho, conta a do Piolho”, que riram com a hortelã que se vinha meter em estórias para onde não era chamada, ele foi sem dúvida o melhor do mundo!
Os objetivos definidos para o Mês internacional das Bibliotecas Escolares terão sido cumpridos? Quem saberá? A única coisa que espero, sinceramente, é que amanhã ou depois os miúdos venham à Biblioteca à procura do Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro de que o escritor que esteve cá falou; que um dia já adultos se emocionem a ler Cem anos de Solidão; e que ainda mais tarde, quando já forem muito velhinhos, talvez em frente da Baía do Seixal, chorem a ler aquele poema do Fernando Pessoa que fala do dia em que antigamente festejavam o nosso aniversário.

sábado, 15 de outubro de 2011

Branquinho, o guardanapo vaidoso - Dia Mundial da Alimentação

Pratinha era uma colherzinha de sopa que a cozinheira lá da escola colocava dentro de um saquinho de papel, juntamente com os outros talheres e um guardanapo, quando servia as refeições aos meninos.
Mas Pratinha não achava piada nenhuma! Afinal que graça tinha ser fechada dentro de um saco? Numa dessas ocasiões, entre o burburinho das brincadeiras e o choro de algumas crianças, e enquanto esperava que alguém abrisse o saquinho, interrogou os outros habitantes do saquinho de papel:
_ Quem será que nos vai tirar hoje? Será a menina dos totós?
_ Espero que não! Disse Dentolas, o garfinho.
_ Porque não? Perguntou Fininha, a faquinha.
_ Oh, porque ela está sempre zangada, nunca quer comer! – Explicou Dentolas, o garfinho.
O guardanapo Branquinho, que ouvia atentamente a conversa, comentou:
_ Que interessa quem nos vai tirar daqui? Eu quero é sair desta prisão! Quero ver

Olhinhos sorridentes, boquinhas esfomeadas e mãozinhas delicadas…
Pratinha escutava aquelas palavras e timidamente comentou:
_ Eu sou quase sempre a última a ser utilizada, fico lá dentro muito sossegadinha, à espera, pacientemente, enquanto os meninos dizem: “Não gosto de sopa!” Diz um. “Não quero sopa!” diz outro. “Quantas colheres tenho ainda de comer?” pergunta ainda outro. Espero, espero, mas passado um bom bocado, os olhos sorridentes olham para mim, as boquinhas esfomeadas abrem-se, e as mãozinhas delicadas pegam em mim. E mesmo sendo a última a ser utilizada, também sou muito importante!
_ Importante sou eu! Disse Branquinho o guardanapo.
_ És?! Porquê?! Perguntaram todos ao mesmo tempo.
_ Porque limpo tudo o que vocês sujam: as boquinhas, as mãozinhas e vejo como as caras sorridentes ficam felizes porque já comeram e já podem ir brincar! Por isso, sou eu o mais importante! Disse o Branquinho com muita vaidade.


_ Importantes somos todos nós! - Retorquiu Dentolas o garfinho. Todos nós ajudamos as crianças a crescer e a alimentarem-se de forma saudável!
Pratinha, a colherzinha, ralhou com o amigo:
_ Não deverias ser tão vaidoso, todos nós temos uma missão a cumprir!
O Branquinho encaracolou-se um pouquinho e acrescentou muito envergonhado:
_ Se calhar fui um pouco vaidoso mas vocês têm razão. Na verdade dependemos todos uns dos outros.
_ Muito bem Branquinho, aprendeste a lição. Na nossa sociedade todos temos o nosso lugar e a nossa importância! Disse Pratinha com satisfação!
E no meio desta discussão, eis que se abriu o saquinho de papel e todos em coro gritaram:
_ Oh não! É a menina dos totós!!!

Escrito por Maria do Céu Lourenço, Assistente Operaional do CE N.º2

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares



A propósito da comemoração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, foram realizadas no Centro Escolar N.º 2 do Agrupamento Vertical Fernando Casimiro Pereira da Silva inúmeras sessões no sentido de contribuir para a formação dos utilizadores da BE e que teve como público-alvo todas as turmas do 1.º Ciclo.
Após uma apresentação das regras de utilização da BE, os nossos pequeninos utilizadores

visionaram um powerpoint retomando as principais etapas da história das bibliotecas e divulgando os serviços propostos pela BE e respetiva amostra do seu espólio.
Num segundo momento da visita, e após a distribuição do Guia de Utilizador, procedeu-se à apresentação das zonas funcionais da BE assim como a sua organização.
A par de uma sensibilização para a importância da leitura nas suas várias vertentes que se procurou constante, as sessões contaram ainda com actividades de promoção da leitura. Assim, e atendendo ao facto de que a vinda dos alunos do 2.º ano coincidiu com o Dia Mundial da Alimentação estes ouviram contar a história “A Lagartinha Comilona” de Eric Carle acompanhada pelo respectivo visionamento em powerpoint. Os alunos tiveram ainda a oportunidade de construir uma colorida lagarta e pintar fichas sobre a mesma história.

Já os alunos do 3.º ano visionaram o filme de animação “A Menina que odiava livros” baseado na obra de Manjusha Pawagi, após o qual se debateu a mensagem veiculada pelo filme.



Os alunos do 4.º ano visionaram o livro digital feito a partir de O Incrível rapaz que comia livros de Oliver Jeffers, e que muito impressionou os mais pequenos. Muitos ficaram com vontade de fazer como o Henrique, começar por saborear uma palavra, depois uma frase, e quem sabe até um livro inteiro! Esta verdadeira metáfora sobre o prazer da leitura ensina-nos que não há um caminho fácil para o conhecimento nem para o sucesso. Se almejarmos ser, como o Henrique, a pessoa mais esperta do mundo, teremos mesmo de saborear os livros na nossa mente e guardar os novos conhecimentos na gaveta da nossa memória e nos recantos sinuosos do nosso coração.


Os alunos participaram ainda num jogo em que tiveram de alimentar o Henrique com livros específicos. A sobremesa do Henrique consistiu no Livro com Cheiro a Chocolate de Alice Vieira.
Todos os amiguinhos da BE receberam também um marcador de livros alusivo ao Escritor do Mês.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Os nossos alunos ou o esplendor de Portugal




No mês de Outubro, e guardando em mente a missão prioritária da Biblioteca de apoiar o desenvolvimento curricular, foram levadas a cabo no Centro Escolar N.º 2 diversas iniciativas sobre a Implantação da República em Portugal.
Deste modo, nas turmas do 3.º e 4.º anos, foram realizadas sessões interativas sobre este período determinante para a história do nosso país. As sessões iniciram-se com a apresentação de um PowerPoint sobre o contexto político e social que conduziu à queda da Monarquia e à instauração de um novo regime em Portugal. Após esta atividade inicial, os alunos tiveram a oportunidade de, através de jogos interativos online, e por conseguinte de forma lúdico-pedagógica, consolidar os seus conhecimento. As atividades incluíram palavras cruzadas, puzzles, questionários de resposta múltipla, pintura digital de bandeiras, entre outras. As sessões serviram ainda para identificar e conhecer os símbolos da República: a Bandeira Portuguesa, o Hino Nacional e o Presidente da República.
Como preparação para as referidas atividades foi ainda dinamizada pela Biblioteca Escolar uma exposição sobre esta temática que incidiu sobre as razões da queda da Monarquia, a ação do partido republicano e as principais diferenças entre os dois sistemas políticos. Também, e é de louvar, O Professor Américo Barbosa que leciona o 4.º ano, realizou uma exposição sobre a Revolução Republicana.
O momento mais marcante foi no 3.º F quando, após a realização de um jogo em que os alunos tinham de completar o Hino Nacional com as palavras em falta, começou a tocar o Hino Nacional. Imediatamente todos os alunos se levantaram e, com a mãozita sobre o peito, entoaram com inocente orgulho a canção que se chamava então “A Portuguesa”.
No mês de Outubro, e guardando em mente a missão prioritária da Biblioteca de apoiar o desenvolvimento curricular, foram levadas a cabo no Centro Escolar N.º 2 diversas iniciativas sobre a Implantação da República em Portugal.
Como preparação para as referidas atividades foi ainda dinamizada pela Biblioteca Escolar uma exposição sobre esta temática que incidiu sobre as razões da queda da Monarquia, a ação do partido republicano e as principais diferenças entre os dois sistemas políticos.
Também, e é de louvar, O Professor Américo Barbosa que leciona o 4.º ano, realizou uma exposição sobre a Revolução Republicana.